sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Disponiblilizando no meu blog para todos pensarem, quem vai conseguir viver no planeta terra da uns anos, se não fizermos alguma coisa contra a devastação do nosso planeta?

artigo enviado pela amiga Carla

Copenhagen: cúpula do imperialismo e da repressão

Qua, 16 de Dezembro de 2009 04:15 Internacional A tal “Cúpula Climática de Copenhagen”, realizada nessa cidade dinamarquesa entre os dias 07 e 20 de dezembro, esconde sob as aparências de discursos em defesa do “meio ambiente” (o que seria esse “meio ambiente”, separado da sociedade, sem classes e a-histórico?) as mais perversas manobras do imperialismo no intuito de sangrar e espoliar furiosamente as riquezas dos países semicoloniais.

Reunindo os representantes vorazes e soberbos do capital monopolista internacional e seus vassalos gerentes de países dominados, alguns tentando aparentar alguma “independência”, tal fórum já caminha para ser o que são todos os fóruns “multilaterais”: um rotundo fracasso. Mesmo porque todos sabem que as regras que regulam o “cenário internacional” não são estabelecidas com acordos ou diplomacias, senão que estes apenas representam e esbarram nos limites dos apetites econômicos dos grandes monopólios e seus representantes, bem como na luta por esferas de influência (partilha do mundo) que ao cabo e ao fim está no fundo de tudo isto.

Não é à toa que, denunciando o caráter demagógico dos maiores expoentes da nata do capital monopolista internacional, depredador maior do planeta- e daquilo que este tem de mais precioso, o Homem- centenas de milhares de pessoas foram às ruas da “pacífica” cidade dinamarquesa protestar contra mais esse balcão de negócios da rapinagem internacional. Como aconteceu recentemente no encontro do Banco Mundial, ou na reunião do G-20, os povos foram para as ruas mostrar a sua fúria e a sua indignação. Carros queimados, enfrentamentos com a polícia, pedras...Segundo a polícia de Copenhagen só no último fim de semana mais de 1,3 mil pessoas foram presas.

Não obstante é necessário fazer uma ressalva: não se trata de defender uma “natureza” abstrata em geral, aquilo que hoje chama-se vulgarmente “meio ambiente”. Embora muito do discurso alarmista de “aquecimento global” seja parte de uma campanha para manter sob controle dos monopólios os imensuráveis recursos naturais armazenados sobretudo nas florestas tropicais dos países semicoloniais (a principal destas é a Amazônia), envolvendo tudo numa névoa de niilismo sobre “fim do mundo” e congêneres, aquilo que tem de verdadeiro na destruição das reservas potenciais do planeta é culpa não do “indivíduo”, ou da presença do ser humano em geral, mas é culpa sim da existência do sistema capitalista em sua fase de crise geral, imperialista, em que a disputa entre os monopólios por esferas de influência e espaço no “mercado” conduz a um saque sem precedentes de todas as riquezas acumuladas pela Humanidade (porque à Humanidade pertencem essas riquezas) ao longo de milênios.

Tentam os monopólios e seus ideólogos com este discurso, portanto, apresentar como sendo de todos nós a crise que é na verdade do próprio capitalismo, crise que não deixa de se manifestar em todas as esferas da vida. Pretender opor o Homem à natureza, ressuscitando com isso o senil Malthus, não passa de um discurso mesquinho e metafísico. Mesmo porque em lugar algum do mundo existe uma natureza que não tenha já historicidade, ou uma história que já não possua sua naturalidade.

Por isso saudamos as manifestações e dizemos, dizemos e repetimos: há que ir à raiz, ou seja, à destruição violenta de toda a ordem existente. Como dizia o velho Marx, “abandonar as ilusões sobre a nossa condição de existência é uma exigência para se abandonar uma condição de existência que necessite de ilusões”.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Educação Nutricional

Diversos cientistas concordam que nossos ancestrais eram vegetarianos. De acordo com Darwin, os primeiros humanoídes eram comedores de frutas, nozes e legumes. Foi apenas na última era glacial que esta dieta tornou-se inacessível e permaneceu até os dias atuais, seja por necessidade, hábito ou condicionamento.

Quando falamos sobre vegetarianismo, devemos lembrar que existem diferentes tipos de vegetarianos. Alguns deles:


Vegetarismo: evita qualquer tipo de alimento de origem animal (inclui se mel, ovos, leite e derivados, gelatinas, corantes, etc...);


Vegan: são aqueles que além de evitar o consumo de qualquer alimento de origem animal, não fazem uso de produtos derivados como: bolsas, sapatos, cintos, carteiras, casacos...., e nem de produtos testados em animais (cosméticos, por exemplo);


Ovo lacto vegetarianismo: exclui todo tipo de carne, porém admite-se o consumo de leite, derivados e ovos;


Lacto–vegetarianismo: exclui todo tipo de carnes e os ovos;


Pescarianos: admite-se consumo de peixes;


Frugivorismo: restrínge- se ao consumo de frutas crúas ou cozidas. Há uma vertente que ainda considera o consumo de cereais;


Cerealismo: consome cereais crús ou cozidos, incluindo ou não sal.


Crudivorismo: admite-se somente o consumo de alimentos de origem vegetal crú.


Diversas questões podem levar as pessoas ao vegetarianismo, de ideais políticos, a ambientais, filosóficos, religiosos, ou mesmo pela saúde.


Carne x Patologias

O consumo de carne elevado esta relacionado com algumas das principais patologias da atualidade como: obesidade, ácido úrico, colesterol ruim e doenças cardiovasculares, doenças parasitárias, artrite, osteoporose, pressão arterial elevada, obstipação, câncer de mama.


Recomendação Proteíca

A recomendação proteíca para não vegetarianos é de 0,8 a 1,0g /kg de peso, enquanto que para os vegetarinos deve ser 25% superior.


O que são proteínas

As proteínas são constituídas por cadeias de aminoácidos. O organismo necessita de 22 aminoácidos sendo 10 essenciais (que necessitam vir da dieta pois o organismo não pode produzir) e 12 não essenciais (produzidos pelo próprio organismo).

É sabido que a carne vermelha é conhecida como uma proteína completa pois possui os 10 aminoácidos essenciais.

A soja é o único alimento de origem vegetal considerado como uma proteína completa. No entanto, a natureza é muito sabia e nos proporcionou uma combinação de cereal e leguminosa que pode suprir esta necessidade do organimo.

Por exemplo o arroz é um ceral rico em um aminoácido chamado metionina e pobre em lisina, porém o feijão é rico em lisina e pobre em metionina, ou seja, eles se completam nutricionalmente.

Até mesmo em outra culturas alimentares observamos estas combinações de proteínas complementares:


Tahine: grão de bico + gergelim

Mijadra: arroz+ lentilha

Espoguete + queijo

Sopa de ervilha + pão + queijo

Queijo + Nozes

Pão integral + semente de girassol


Fontes de proteína vegetais

Boas fontes de proteína de origem vegetal: grão de bico, ervilha, lentilha, feijões, soja e derivados como tofú, semente de linhaça, semente de girassol, de abóbora, glúten, amendoim e derivados, avelã, castanha de cajú, castanha do Pará, amendôas, cogumelos, pão integral, etc....


A questão do ferro

Outra situação bastante polêmica é a questão do ferro.

O ferro obtido da alimentação pode ser classificado em:


Ferro heme, ou seja, de origem animal. A absorção pelo organismo fica em torno de 20 a 30%.


O ferro não heme é de origem vegetal e sua absorção fica em torno de 5 a 10%.


Ferro x Vitamina C

Uma dica muito valida é consumir junto com os alimentos fontes de ferro, fontes de vitamina C, já que esta, potencializa a absorção do ferro.

Exemplo: salada de soja + suco de laranja

lentilha + suco de morango

salada de agrião com molho de limão


Algumas fontes de vitamina C: laranja, caju, morango, acerola, limão, carambola, poncã...

Boas fontes de ferro: lentilhas, ervilhas, cereais integrais, mostarda, almeirão, agrião, brócolis, açúcar mascavo, ameixa seca , damasco seco, beterraba, açaí, aveia...


Obs: o espinafre e a couve são ótimas fontes de ferro , porém contém altos teores de ácido oxálico que está relacionado com a redução da absorção do cálcio e aumento da produção de pedras nos rins e bexiga


Evite o consumo de chá preto junto com as refeições, pois é rico em tanino e reduz a absorção do ferro. Porém quando consumido com leite ou limão, essa potencialidade do tanino é reduzida.


Curiosidade: a genética proporcionou a raça negra uma absorção duas vezes maior de ferro se comparada a raça branca.

Praticantes de atividades física intensa e mulheres que menstruam merecem maiores cuidados com relação a perda de ferro.

A questão do cálcio

O cálcio é um outro nutriente que merece considerações na dieta dos vegetarianos e vegans. Fontes de cálcio: soja e derivados, vegetais verde escuros (brócolis, mostarda, couve e agrião), gergelim

Evite o consumo de cafeína pois aumenta a perda de cálcio, assim como alguns medicamentos: diuréticos , esteróides, antibióticos e antiácidos.

Vale lembrar a importância do sol e da atividade física de médio impacto para a manutenção dos ossos.


Vitamina B12

A vitamina B12 (cianocobalamina) é encontrada nos alimentos de origem animal, sua deficiência pode ocorrer em vegetarianos e vegans após 5 anos sem o consumo de alimentos de origem animal. A suplementação pode se dar através de alimentos fortificados ou complementos alimentares.

Fonte de vitamina B12 vegetal: clorela e espirulina (dois tipos de alga), levedo de cerveja, ou suplementação (muitas são vegans).


Os vegetarianos devem evitar o consumo de sal, açúcar e cereais refinados pois podem contribuir para a espoliação de cálcio e o ferro do organismo, além do álcool, café, chá preto.


Curiosidade: os alimentos germinados são bastante indicados pois possuem o dobro do teor de vitaminas.

Ex: broto de feijão, alfafa, lentilha, ervilha, gergelim, girassol...


Abraços com carinho e saúde

Depto. Nutrição Mãe Terra

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

meus pensamentos

Se quero mudar minha vida, preciso mudar minhas ações, e a para isso tenho de alterar meus pensamentos.
La Procession de Noël de Marc Chagall

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O Karma

"O karma ensina que sou o criador de meu pequeno mundo. Sou também o criador do ambiente que me cerca. Em um nivel mais amplo, sou, com Deus, o co-autor do mundo futuro" BK
Marc Chagal - Autour d'elle (1937-1945) Museu Nacional de Arte Moderna de Florença
O karma ensina que sou o criador de meu pequeno mundo. Sou também o criador do ambiente que me cerca

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Quando o principe vira sapo

Tudo resolvido. Tudo? Por Sandra Maia

Ela estava serena, segura de si e, cada vez mais, pronta para se soltar, desapegar, encontrar uma nova possibilidade, outra oportunidade. É claro, longe desse outro que agora lhe dava arrepios...

Tudo certo! Tudo caminhando normalmente... Bem, nem tão normalmente assim... Do nada, quando ela finalmente havia decidido deixar essa HISTÓRIA DE LADO, o outro resolve trazer a HISTÓRIA PARA DENTRO... E, em pouco tempo - vamos dizer, assim, dias -, a vida dela havia se transformado num inferno.

Não que eles houvessem iniciado de fato a relação - nada havia ocorrido entre eles nesse meio tempo. Ainda assim, o outro - agora inseguro - começava a insinuar-se, deixar claro para todos que vivia com ela uma intimidade que não era verdadeira.

Ou seja, a pobre havia caído na sua própria armadilha...

O outro a usava como um TROFÉU para se exibido a quem chegasse por perto. Fazia isso com tamanha propriedade que, por vezes, ficava mesmo difícil saber quem estava falando sério. Ela que afirmava não terem nada; ele se exibia por tê-la conquistado...

Nada mal se fossem somente conhecidos... Mas não! Para colocar um pouco mais de pimenta na história, eles eram mais que conhecidos. Trabalhavam na mesma empresa. O palco era nada menos do que a vida profissional de cada um.

Ele, um oportunista velado. Ela, uma ingênua útil...
Essa semana, encontrei uma amiga simplesmente indignada com uma situação vivida... Ela havia encontrado um ser que, numa primeira análise, era especial - um DEUS VIVO NA TERRA. O ponto é que, com o passar do tempo, aos poucos, chegando mais perto, tudo foi se modificando.

Quanto mais ela conhecia o outro - mais se decepcionava. De príncipe a sapo, ele foi caminhando em menos de seis meses...




Enfim, a história terminou.
Ela retomou sua vida e ele, bem, continua lá - como um príncipe derrotado, à espera de outra princesa-estrela... É. Esse tipo de situação é realmente comum na vida. E, felizmente, essa minha amiga conseguiu não entrar numa história que mais parecia uma ROUBADA.

A questão é que nem todos conseguimos nos dar conta antes. Às vezes, distraídos, nos deixamos encantar por ogros e, então,acabamos lá, juntos na lama, no brejo...

Escolhas, sempre escolhas...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

"Psiquê revivida pelo beijo de Eros"


Museo Louvre - Antonio Canova: "Psiquê revivida pelo beijo de Eros", c. 1787


Narrado no livro O Asno de Ouro, de Apuleio, o mito de Psiquê (alma), bela mortal por quem Eros, o deus do amor se apaixonou...


Psiquê era tão bela que despertou a fúria de Afrodite, deusa da beleza e do amor, mãe de Eros - pois os homens deixavam de frequentar seus templos para adorar uma simples mortal.

A deusa mandou seu filho atingir Psiquê com suas flechas, fazendo-a apaixonar-se pelo ser mais monstruoso existente. Ao contrário do esperado, Eros apaixona-se por Psique, acidentalmente espetado por uma de suas próprias setas.
Com o próprio deus do Amor apaixonado por ela, as suas setas não foram lançadas para ninguém. O tempo passava, Psiquê não gostara de ninguém, e nenhum de seus admiradores se tornara seu pretendente.

O rei e pai de Psiquê, cujo nome é desconhecido, preocupado com o facto de já ter casado duas de suas filhas, que nem de longe eram belas como Psiquê, quis saber a razão pela qual esta não conseguia encontrar um noivo. Consulta então o Oráculo de Delfos, que prevê, induzido por Eros, ser o destino de sua filha casar com um ente monstruoso.

Após muito pranto, mas sem ousar contrariar a vontade de Apolo, a jovem Psiquê foi levada ao alto de um rochedo e deixada à própria sorte, até adormecer e ser conduzida pelo vento Zéfiro a um palácio magnifico, que daquele dia em diante seria seu.

Lá chegando a linda princesa não encontrou ninguém, mas tudo era sumptuoso e, quando sentiu fome, um lauto banquete estava servido. À noite, uma voz suave a chamava e, levada por ela, conheceu as delícias do Amor, nas mãos do próprio deus do amor...
Os dias passavam, e ela não se entediava, tantos eram os prazeres que tinha: acreditava estar casada com um monstro, pois Eros não lhe aparecia e, quando estavam juntos, usava sempre um capuz. Ele não podia revelar sua identidade pois sua mãe (que neste mito é Vênus) descobriria que não cumprira as suas ordens – e apesar disto, Psiquê amava o esposo, que a fizera prometer jamais retirar-lhe o capuz.

Passado um tempo, a bela jovem sentiu saudade de suas irmãs e, implorou ao marido que permitisse que elas fossem trazidas até ali. Eros resistiu e, perante a sua insistência, advertiu-a para a alma invejosa das mulheres.

As duas irmãs foram, enfim, trazidas. A princípio mostraram-se apiedadas do triste destino da sua irmã, mas vendo-a feliz, num palácio muito maior e mais luxuoso que o delas, foram sendo tomadas pela inveja. Constataram que a irmã nunca tinha visto a face do marido, então sugeriram-lhe que, à noite, quando este adormecesse, tomasse de uma lâmpada e uma faca: com uma iluminaria o seu rosto; com a outra, se fosse mesmo um monstro, o mataria, tomando posse de todas as riquezas.

Chegada a noite Psiquê, julgando que os conselhos das irmãs eram ditados por amizade, pôs em execução o plano que elas haviam lhe dito: Ao perceber que seu marido adormecera profundamente, levantou-se tomando uma lâmpada e uma faca, e dirigiu a luz ao rosto se seu esposo, com intenção de matá-lo.
Espantada e admirada com a beleza de seu marido, desastradamente deixa pingar uma gota de azeite quente sobre o ombro dele. Eros acorda – o lugar onde caiu o óleo fervente de imediato se transforma numa chaga: o Amor está ferido.

Percebendo que fora traído, Eros enlouquece, e foge, gritando repetidamente: O amor não sobrevive sem confiança!

Psiquê fica sozinha e desesperada com seu erro, no imenso palácio. Precisa reconquistar o Amor perdido.



A Busca pelo Amor


Psiquê vaga pelo mundo, desesperada, até que resolve consultar-se num templo de Vênus. A deusa, já cientificada de que fora enganada, e mantendo Eros sob seus cuidados, decide impor à pobre alma uma série de tarefas, esperando que delas nunca se desincumbisse, ou que tanto se desgastasse que perdesse a beleza...

A princesa foi colocada num quarto onde tinha sido misturada uma montanha de grãos, de diversos tipos. Psiquê devia separá-los, conforme cada espécie, no espaço de uma noite. A jovem começou a trabalhar, mas mal fizera alguns montículos, adormeceu extenuada. Durante seu sono, surgem milhares de formigas que, grão a grão, os separam do monte e os reúnem consoante sua categoria. Ao acordar, Psiquê constata que a tarefa fora cumprida dentro do prazo. Vênus pede-lhe então um pouco da pura água da nascente do Rio Estige
Mas a nova tarefa logo se revela impossível: o Estige nascia duma alta montanha, tão íngreme que era impossível escalar. Levando um frasco numa das mãos, a princesa queda-se ante a escarpa que se erguia à sua frente quando uma águia surge e, tomando-lhe o frasco, voa com ele até o alto, enchendo-o. O trabalho, mais uma vez, foi realizado.

Vênus pede então que lhe trouxesse a lã de ouro que uns carneiros produziam. Após longa jornada, Psiquê encontra os ferozes animais, que não deixavam que deles se aproximassem. Uma voz surge de juncos num rio, e aconselha-a: ela deve procurar um espinheiro, junto a onde os carneiros vão beber, e nas pontas dos espículos recolher toda a lã que ficara presa. Cumprindo o ditame, Psiquê realiza a tarefa, enfurecendo a deusa.

Vênus percebeu que teria de usar de meios mais poderosos. Inventando que tinha perdido um pouco de sua beleza por cuidar do ferimento de Eros, pede a Psiquê que, no Reino dos Mortos (o País de Hades, também chamado de Campos Elísios), pedisse à sua rainha, Perséfone, um pouco de sua beleza. Conta-se, que Vênus tinha inveja da beleza da Perséfone, e este seria outro motivo para mandar a jovem ao reino de Hades. Mesmo assim a deusa estava certa de que ela não voltaria viva...



A Beleza Fatal

Psiquê, ajudada por uma voz invisível, ou, noutra versão, por uma torre, localiza a passagem para o reino dos mortos. Atravessa o rio Estige na barca de Caronte, faz calar Cérbero atirando-lhe um bolo com mel e chega à presença de Perséfone que lhe entrega uma caixa contendo sua beleza cobiçada por Afrodite. Retornando, a jovem pensa que também ela perdera um tanto de seus encantos e resolve tomar para si um pouco do conteúdo da caixa. Abriu-a, portanto, e apenas uma névoa se desprende, envolvendo-a: era a beleza da morte, e Psiquê tomba, cumprindo assim os desejos da deusa...



A deusa da Alma

Mais tarde, o próprio Eros foi salvá-la. Ambos foram para o Olimpo, onde Psiquê se tornou a deusa da Alma. Desta união nasceu a Volúpia.

Seu nome em grego (Psiquê) pode ser traduzido como alma mas também como borboleta.
Curiosamente, algumas vezes foi representada como uma bela mulher com enormes asas de borboleta ao lado de Eros com suas enormes asas de pássaro.
Para os gregos, as borboletas eram como a alma humana: no começo, enquanto vivos, somos lagartas feias, quando morremos, nos tornamos seres belos, superiores e leves.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Nestle- que vergonha

18/08/09 - MPF/SP recomenda que Conselho Federal de Nutrição não puna quem receite a “multimistura”


NOTA DO VEGVIDA
A multimistura - uma criação da pediatra Clara Takaki Brandão, composta de farelos de arroz e trigo, folhas secas de mandioca e
sementes de abóbora e gergelim - foi de 1999 a 2004 um programa nacional do governo federal.

Essa receita barata, divulgada pela Pastoral da Criança e que poderia ser também reproduzida em casa, foi por muito tempo um importante suplemento alimentar na merenda escolar de todo o país. Diversos resultados positivos foram comprovados nesse tempo, em especial com crianças muito desnutridas.

Entretanto, por motivos que até agora não estão claros, foi substituída pelo Mucilon, da Nestlé e também sua Farinha Láctea (muito mais caras).

Não bastasse, o Conselho Nacional de Nutrição ignorou sua natureza - em última instância - de alimento e, sob a alegação de não trazer nenhum resultado, proibiu a qualquer nutricionista que a receitasse.

Legitimamente, argumentava sobre o alto risco de transmissão de salmonela pela casca de ovo triturada - substituída na receita divulgada mais recentemente (o que a tornou vegana).

Também se questionava sobre as folhas da mandioca possuírem ácido anidro (que, entretando, reduz-se significativamente com a secagem, em especial aquela feita à sombra, conforme estudo consultado). Além disso, pode ser substituída pelas folhas de abóbora igualmente secas.

Por fim, se constatou uma falta de higiene em algumas amostras das multimisturas industrializadas, o que levou a Pastoral da Criança a sugerir que a multimistura seja feita apenas em nível comunitário (caseiro e consumo rápido).

Agora o Ministério Público Federal de São Paulo vem reverter essa proibição, possibilitando aos profissionais de nutrição liberdade sobre suas escolhar.

A receita da multimistura, é a seguinte:
3 medidas de farelo de arroz;
3 medidas de farelo de trigo;
½ medida de sementes de gergelim;
½ medida de sementes de girassol;
½ medida de sementes de abóbora, melancia e melão misturadas;
½ medida de folhas secas de abóbora ou mandioca;
½ medida de folhas secas de batata-doce.
Modo de usar: Recomenda-se a utilização de uma a duas colheres de farinha múltipla polvilhadas em cada refeição, durante o dia.

Fontes do comentário:
http://www.editora.ufla.br/revista/26_2/art18.PDF
http://www.rebidia.org.br/dicas/dicas_multimistura.htm
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2008/01/407408.shtml , extraído da revista Isto É.
http://www.tiaoviana.com/index.php?option=com_content&task=view&id=1215&Itemid=2

sábado, 22 de agosto de 2009

Terceiro Setor ou Setor Terceirizado? por Arnaldo Motta*



Um dos fenômenos marcantes destes últimos tempos, caracterizados por intensas transformações, é o da globalização.


Muito se fala nos benefícios deste panorama, que se traduziria no aumento de oportunidades para as pessoas de um modo geral. Igualmente se diz das mazelas a que fica submetida a, cada vez, maior parcela da população. Essa diferença reflete uma divergência de opiniões pautadas em concepções distintas, ou seria um resultado paradoxal deste momento de mudanças?


Queremos chamar a atenção sobre um aspecto deste cenário polêmico: as mais diversas correntes do pensamento atual falam sobre a emergência das ONGs e do chamado Terceiro Setor. Se todos concordam com a importância deste fato, o mesmo não acontece com a avaliação sobre a função que o mesmo vem desempenhando em nossa sociedade. Assim, consideramos oportuna a discussão sobre este tema, trazendo para reflexão algumas das diferentes abordagens existentes sobre as ONGs e o Terceiro Setor. Pretendemos enfocar, ainda, o papel do profissional que atua neste Setor, pois acreditamos que através dele é que as idéias envolvidas neste campo ganham objetivação.


Para alcançar o objetivo acima optamos por fazer uma “colagem” de alguns textos publicados sobre o tema com origens distintas: no próprio Terceiro Setor, na pesquisa acadêmica sobre movimentos sociais e na militância.

O que é o Terceiro Setor?
Cardoso (1997) faz uma analogia com a noção de Terceiro Mundo, para elucidar a pergunta acima. “Nos anos 50, vivíamos uma situação conceitualmente semelhante ao que vivemos hoje. Todos sabiam o que era Primeiro Mundo, o conjunto dos países capitalistas avançados; todos sabiam o que era Segundo Mundo, a área socialista; e havia algo mais, uma realidade nova em formação que não era nem uma coisa nem outra. A essa realidade emergente chamou-se então Terceiro Mundo... No momento inicial, no entanto, quando nos referíamos ao Terceiro Mundo afirmávamos uma idéia de diferença, de autonomia, de independência em relação aos dois primeiros mundos já claramente estabelecidos” (p. 7). Para a autora, essa referência parece oportuna “na medida em que essa idéia de independência é também o que caracteriza essa nova realidade constituída pela emergência dos cidadãos e de suas organizações como atores do processo de consolidação da democracia e do desenvolvimento social. Recorremos hoje à expressão Terceiro Setor para distingui-lo do primeiro, que é o setor público, e do segundo, representado pelas atividades lucrativas.” (p. 8).


Fernandes (1997) faz um percurso diferente para chegar à expressão Terceiro Setor que teria sido “traduzida do inglês (third sector) e que faz parte do vocabulário sociológico corrente nos Estados Unidos” (p. 25). Uma das principais formas de atuação deste setor, seria através das organizações não-governamentais (ONGs), expressão vinda da Europa, “cuja origem está na nomenclatura do sistema de representações das Nações Unidas. Chamou-se assim às organizações internacionais que, embora não representassem governos, pareciam significativas o bastante para justificar uma presença formal na ONU” (p. 26). Para o autor “o termo ‘ONG’, no Brasil, está mais associado a um tipo particular de organização, surgida aqui a partir da década de 1970... que dava ênfase à dimensão política de suas ações, aproximando-as do discurso e da agenda das esquerdas” (p. 26), em função do período autoritário de então. Fernandes considera mais abrangente falar de organizações da sociedade civil (OSCs), pois “recuperada no contexto das lutas pela democratização, a idéia de sociedade civil serviu para destacar um espaço próprio, não-governamental, de participação nas causas coletivas. Nela e por ela, indivíduos e instituições particulares exerceriam a sua cidadania, de forma direta e autônoma...

Marcando um espaço de integração cidadã, a sociedade civil distingue-se, pois, do Estado; mas, caracterizando-se pela promoção de interesses coletivos, diferencia-se também da lógica do mercado. Forma-se, por assim dizer, um ‘Terceiro Setor’ ” (p. 28) ... que no Brasil emprega mais de 1 milhão de pessoas e envolve montante financeiro na casa de centenas de milhões de dólares (p. 27/28) .
Os autores citados, percorrem caminhos distintos para chegar à formulação do conceito de Terceiro Setor. Ambos apontam, no entanto, características comuns ao termo como por exemplo: que se trata de um fenômeno novo e em formação, e que se diferencia dos outros dois setores já caracterizados, sendo o primeiro o do Estado e o segundo relativo ao da iniciativa privada. Os autores citados também ressaltam a característica de autonomia e independência deste Terceiro Setor em relação aos dois outros setores mencionados. Um outro aspecto apontado diz que esse Terceiro Setor é composto de indivíduos e organizações que atuam com o foco em interesses coletivos.


Se o momento atual é de transformação, e o Terceiro Setor vai se caracterizando como um fenômeno que surge neste contexto, parece oportuno ampliar o olhar para campos correlatos, como forma de buscar alguns subsídios que nos auxiliem na reflexão sobre o objeto em questão.

O panorama
Nos movimentos sociais urbanos no Brasil, nos anos oitenta, vemos a consolidação de três frentes importantes: os sindicatos, os movimentos populares comunitários e o movimento estudantil cuja retomada contribuiu significativamente para a mudança no cenário político da repressão.
Na década seguinte, com a abertura democrática conquistada, aliada à abertura da economia e ao processo de enxugamento do Estado, tivemos um refluxo significativo no movimento sindical. A chegada de grandes empresas com a conseqüente busca pela competitividade global e a voracidade em conquistar mercados, redirecionaram as bandeiras sindicais. A luta por melhores condições gerais de trabalho e de salário foi transformada em negociações para a manutenção do emprego.
Os movimentos comunitários, bastante atuantes nos anos oitenta na luta por melhores condições de vida, perderam um dos seus principais apoios. A igreja reviu a sua participação engajada junto às comunidades ao mesmo tempo em que redirecionou suas prioridades de financiamento para os países do Leste Europeu.


Ou seja, as bandeiras democráticas foram conquistadas, o significativo aumento do desemprego mudou a pauta das reivindicações dos trabalhadores, e os movimentos de origem comunitária perderam um apoio político e financeiro importante que vinha da igreja. Concomitantes a estes três aspectos, chegaram, nos anos 90, as fundações vinculadas a empresas multinacionais, com propostas de intervenção social, impregnadas da cultura de resultados, compatível com o espírito empresarial.
A agenda social se tornou pragmática, voltada para ações concretas e pontuais, sem ênfase na reflexão e conscientização política, possibilitando grande adesão de setores da classe média e trazendo a questão da cidadania como um novo e importante valor a ser cultivado.


O surgimento do Terceiro Setor, a partir do cenário traçado acima, remete à “reconstrução das utopias sociais transformadoras, tão caras à sociedade enquanto fatores de motivação e de mobilização das ações sociais coletivas, mas ausentes neste final de século devido à queda dos muros e regimes que sustentavam algumas delas... Nesse processo, observa-se o desenvolvimento de outra concepção na sociedade brasileira, a de cidadania, tratada agora não apenas como categoria individual mas também coletiva... onde o conflito social deixa de ser simplesmente reprimido ou ignorado e passa a ser reconhecido, posto e reposto continuamente em pauta nas agendas de negociações... Resgatam-se regras de civilização e reciprocidade ao se reconhecer como detentores de direitos legítimos os novos interlocutores: grupos de favelados, de mulheres discriminadas, de crianças maltratadas, de ecologistas militantes, de sem-terra e/ou sem-teto, entre outros” (Ghon, 2002:301/2).



Um novo paradigma de ação social
Juntamente com a essa nova concepção de cidadania que se reflete no surgimento do chamado Terceiro Setor, Ghon (2002) cita Razeto, para falar em um, também novo, paradigma da ação social coletiva que diz que “a ação reivindicativa tradicional, presente nos movimentos sociais dos anos 80, transformou-se em ações solidárias alternativas, nos quais se parte de necessidades que devem ser enfrentadas coletivamente e não apenas demandadas. Os demandatários serão também os executores da implantação e da gestão do serviço reivindicado” (p. 314). Ghon segue dizendo que “tais ações deixam de se estruturar como movimentos sociais e passam a ser articulados em grupos organizados, com certo grau de institucionalidade” (p. 314/5). Neste momento as ONGs passam a ter um papel essencial, na implantação das políticas sociais ditadas por um Estado que, no seu processo de enxugamento, vem se retirando do papel executor de serviços, para priorizar a função de repassador de recursos. As ONGs. desta forma, “saíram da sombra, deixaram de ser meros suportes técnicos em orientações tidas como ‘pedagógicas’ e financeiras às lideranças populares, e passaram, elas próprias, a desempenhar os papéis centrais nas ações coletivas” (p. 315). Assim, as ONGs passam a ser o principal elemento viabilizador das políticas sociais ditadas pelo Estado e igualmente responsáveis pela implantação dos projetos sociais financiados pelas fundações empresariais. Operando através de projetos, as ONGs passam a ser demandadas no que diz respeito à eficiência, como forma de garantir a sua ‘sustentabilidade’. Justifica-se assim, um ritmo alucinante de trabalho que desemboca na chamada “fazeção”, ou seja, no cumprimento exaustivo de exigências que não deixam espaço para a reflexão.


“Nos locais onde havia movimentos organizados, o novo paradigma da ação social tem gerado redes de poder social local. Estas redes são formadas pelas lideranças dos antigos movimentos, por uma base militante pequena, que agora assume o papel de responsável por etapas ou processos dos projetos em andamento, e por técnicos das ONGs, profissionais ... atuando como assalariados, num campo de trabalho pouco preocupado com as questões ideológicas ou político partidárias, e mais preocupado com a eficiência das ações, com o êxito dos projetos, pois deles depende sua continuidade e, portanto, seu próprio emprego. Nos locais onde não havia movimentos organizados nem população minimamente aglutinada em torno de interesses coletivos, os novos ‘programas sociais’ de parceria têm se implantado como ‘serviços sociais’, ou seja não como direito mas como prestação de serviço, despolitizando totalmente os programas, desvinculando-os de qualquer conteúdo político, retrocedendo à problemática da cidadania de seus termos coletivos para os antigos patamares da cidadania individual” (Ghon, 2002 : 315/6).


Ou seja, a descrição de alguns reflexos no campo dos movimentos sociais – resultado da atuação das ONGs nos anos 90, que permitiriam falar em um novo paradigma de ação social – parece não contemplar o que foi descrito anteriormente como sendo uma nova concepção de cidadania. Como vimos, esta última remeteria a uma cidadania coletiva, colocando-se como uma possibilidade de reconstrução das utopias sociais. Já o que foi colocado como novo paradigma de ação social tem levado a um retrocesso a antigos patamares da cidadania individual. Esta aparente desconexão entre concepção de cidadania e paradigma de ação social estaria expressa na metodologia de trabalho das ONGs, implementada através de seus técnicos que vieram ocupar o lugar dos antigos militantes. Há quem afirme, no entanto, que os antigos militantes da esquerda não perderam o seu lugar para outros profissionais. Eles teriam sido cooptados pelas ONGs.


Militância e ONGs
Para Petras (2000) “é sintomático que haja pouca crítica sistemática da esquerda acerca do impacto negativo das ONGs. Esse fracasso se deve em grande parte ao sucesso das ONGs em substituir e destruir os movimentos de esquerda organizados e cooptar seus estrategistas intelectuais e líderes organizacionais” (p. 177). O autor continua afirmando que “as ONGs tornaram-se, em todo o mundo, o último veículo de mobilidade vertical para as ambiciosas classes instruídas: universitários, jornalistas e profissionais liberais abandonaram suas incursões iniciais dos movimentos esquerdistas, pobremente recompensados, por uma carreira lucrativa dirigindo uma ONG, levando com eles as suas habilidades organizacionais e retóricas, bem como um certo vocabulário populista... Os líderes das ONGs são uma nova classe que não se baseia em propriedades pessoais ou em recursos governamentais, mas vivem de fundos imperiais e de sua capacidade de controlar grupos populares significativos”. (p. 178). Tais profissionais estariam mais familiarizados e gastariam mais tempo com lugares no exterior, onde acontecem conferências internacionais sobre pobreza, do que com suas lamacentas aldeias de seu próprio país.


Em sua análise crítica, Petras percebe que “essa realidade contrasta com a imagem que os funcionários das ONGs têm de si mesmos. Segundo seus despachos de imprensa e discursos públicos eles representam uma terceira via entre o ‘estatismo autoritário’ e o ‘capitalismo selvagem de mercado’: descrevem-se como a vanguarda da ‘sociedade civil’ atuando nos interstícios da ‘economia global’” (2000:179).


A atuação destes profissionais se dá, como já mencionamos, através de projetos que se baseiam nas diretrizes dos agentes financiadores. Tais diretrizes geralmente são pontuais e pretendem criar “modelos sustentáveis” para serem replicados, o que raramente acontece. Apesar dos resultados positivos consubstanciados por processos avaliativos, os projetos dificilmente têm continuidade, pois estão sujeitos às constantes alterações de prioridades determinadas pelos fundos sociais. Desta forma, as ONGs desmobilizam a população e fragmentam os movimentam sociais. “Em troca, muitos ex-membros de ONGs acabaram dirigindo agências governamentais ou até se tornaram ministros com títulos de ressonância popular” (Petras, 2000:183).


O perfil do profissional das ONGs que Petras apresenta pode parecer, para alguns, uma generalização grosseira. Nem por isso tais pontos devem ser descartados, pois o histórico anterior de participação e militância em movimentos de esquerda faz parte de um número significativo dos atuais profissionais do chamado Terceiro Setor. Através destes é que se dá a inserção das ONGs junto às comunidades menos favorecidas, e é o resultado prático destas ações que tem evidenciado a desconexão entre o conceito de cidadania coletiva e do paradigma de atuação social que acompanham o surgimento do chamado Terceiro Setor.

Conclusão
É inegável a importância do surgimento das ONGs e do chamado Terceiro Setor como um fenômeno dos anos 90 que remete a novas formas de relação entre os indivíduos e seus coletivos e o Estado e a iniciativa privada. Observa-se neste processo o surgimento e a ampliação da participação cidadã e a possibilidade da reconstrução das utopias sociais transformadoras. Ressalta-se a autonomia e a independência do Terceiro Setor em relação aos outros Primeiro e Segundo setores e fala-se, inclusive, do volume financeiro que mobiliza e no número de empregos surgidos com as iniciativas advindas deste campo.


No entanto, corre-se o risco de alguns equívocos, se não se situar as características apontadas acima de forma crítica, trazendo alguns elementos que permitam ampliar o panorama descrito. Assim, cabe acentuar que as diretrizes e financiamentos de grande parte das ações e projetos do Terceiro Setor provêm do Estado e/ou das fundações vinculadas às empresas do Segundo Setor. Esse dado por si é bastante questionador da pretensa autonomia e independência do Terceiro Setor em relação aos dois outros setores. Outro aspecto que não deve passar despercebido é que o razoável montante financeiro mobilizado, assim como os empregos gerados pelas atividades do Terceiro Setor, vêm concomitantemente com os recordes de arrecadação pelo Estado e com os significativos aumentos nos excedentes financeiros auferidos pelas grandes empresas, aliados ao substancial aumento de demissões observadas nos dois primeiros setores . Mesmo a proliferação de ONGs, cujo número não pára de crescer, não tem resultado em melhoria das condições de vida da população em geral. Pelo contrário, o cenário das ruas das grandes cidades do Brasil atesta a fragilidade do impacto de projetos desenvolvidos dentro da cultura do Terceiro Setor.


Ao não levar em conta os aspectos levantados acima, entre outros, o profissional do Terceiro Setor, vive uma dissociação entre os ideais que permeiam o seu trabalho, e o resultado prático de suas ações. Na medida em que é através deste profissional que as ações das ONGs se dão, cabe a este manter uma crítica permanente à sua atuação questionando-se, no mínimo, a respeito dos fundamentos que conceituam os projetos a serem executados, assim como a origem do financiamento dos mesmos.
A diferença entre a ação consciente e a “fazeção” alienada está na possibilidade da reflexão crítica por parte dos seus atores, que deve incluir a dimensão política. Caso contrário existe o sério risco deste importante fenômeno emergente no cenário mundial, chamado Terceiro Setor, se transformar em um mero executador de tarefas ditadas pelos Primeiro e Segundo Setores, ao que seria melhor então, designar-se Setor Terceirizado.

---------------------------

Referências bibliográficas
Cardoso, R. (1997). Fortalecimento da Sociedade Civil. In: Ioschpe, E. B. (org.) (1997). 3º Setor Desenvolvimento Social Sustentado. Rio de Janeiro : Editora Paz e Terra, p. 7-12.

Fernandes, R. C. (1997). O Que É o Terceiro Setor?. In: Ioschpe, E. B. (org.) (1997). 3º Setor Desenvolvimento Social Sustentado. Rio de Janeiro : Editora Paz e Terra, p. 25-33.

Ghon, M. G. (2002). Teoria dos Movimentos Sociais. São Paulo : Edições Loyola. 3ª edição.

Petras, J. (2000). ONGs ao Serviço do Imperialismo. In: Petras, J.; Weltmeyer, H. (2000). Hegemonia dos Estados Unidos no Novo Milênio. Petrópolis : Editora Vozes, p. 176-195.



* Arnaldo Motta é consultor e facilitador de processos, e psicólogo formado pela PUC/SP, membro analista da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica (SBPA) e mestre em Psicologia Social pela PUC/SP. Participou da implantação de projetos inovadores voltados para pessoas portadoras de transtornos psíquicos graves e fundou, em 1989, junto com técnicos, usuários de serviços de saúde mental e familiares, a Associação Franco Basaglia. Lá, desenvolveu o Projeto Trabalho. Algumas das reflexões sobre esse projeto foram publicadas em 1997 no livro “A ponte de madeira”. No Instituto Fonte, é coordenador do programa O Campo Social em Debate.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Entre os muros da escola

"Entre os Muros" mostra dilema de uma França multiétnica
SÃO PAULO - A escola como caixa de ressonância da sociedade civil, como instância em que todos os grupos étnicos e sociais se misturam, na tentativa de encontrar um denominador comum. Tudo isso e muito mais flui de "Entre os Muros da Escola", o filme de Laurent Cantet que acabou com o jejum francês de Palmas de Ouro em 2008, depois de 21 anos em branco no Festival de Cannes.

É possível fazer essas e muitas outras leituras da história, que retrata uma escola pública secundária numa periferia de Paris, apoiada num roteiro desenvolvido a partir do livro homônimo e recém-lançado no Brasil do professor François Bégaudeau. O próprio Bégaudeau, aliás, interpreta o papel do professor, cercado de alunos também reais, todos eles recriando situações efetivamente vividas por todos, ainda que parcialmente, em salas de aula.

Esse sabor de vida real dá credibilidade aos dilemas do professor quando enfrenta uma classe cheia de alunos de 14 e 15 anos, das mais diversas etnias, cores, religiões e condições econômicas e ainda acelerados pelo natural turbilhão hormonal de sua idade.
O filme de Cantet, diretor de "Em Direção ao Sul" (2005), "A Agenda"(2001) e "Sanguinaires - A Ilha do Fim do Milênio" (1997), tem muito a dizer a outros países também, inclusive o Brasil. As diferenças aqui podem ser outras, mas são igualmente dramáticas. Muitos professores brasileiros, aliás, deverão sentir-se na pele de François, em seus esforços, dilemas e contradições. Que atire a primeira pedra quem nunca perderia a cabeça em situações como as que ele enfrenta.

(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

O filme traz uma França real, várias etnias se encontram no mesmo lugar e não abrem mão de suas origens. Um diálogo que chama atenção é quando uma aluna diz que não se sente uma francessa.

sexta-feira, 13 de março de 2009

hoje acordei e pensei
como os sentimentos, são meus
meus não por egocentrismo
meus porque não mudam
o que muda e o outro
o objeto de desejo
sim..
o desejo
esse muda sempre
hoje é uma coisa
amanhã é outro
outro objeto coorporificado do outro
mas ele, o sentimento desejoso de ter aquele que outrora foi meu
aquela dorzinha dentro do peito não muda
não muda por ser minha
não em relação ao outro
minha, porque doi no meu peito
soterra meus ombros
dá aquele arrepio na barriga
é minha, não muda
aii se eu pudesse mudar
será que posso?
e talvez... possa
mas como?
a dor tá lá, o objeto mudou
mudou?
nossa, e a dor não...
e agora?
agora a dor já não é mas minha, é nossa
eu coorporificada do meu
é angustia..
angustia de viver..respirar..
saber que ninguém pode viver isso por mim
porque é só um ente meu
uma carne minha
ah se eu pudesse agora ter você
esvaia essa dor...
em suplício

sábado, 7 de março de 2009

A construção do moderno na pintura brasileira


Moema
Óleo sobre tela, 129 X 190 cm, 1866
Acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand MASP.


Moema porque dormes ai.? acorda!!, levanta-te!!, caminha..já es morta..morreu de amor, amor ou desilusão? porque quando morre de amor, dizem: disiludiu-se.., ora, acorda, seu corpo grego ainda estas intacto, seu rosto mostra os traços da dor, a dor da perda do amado que foi? ou a dor de ter esse corpo de mulher? meu amor levastes meu coração, pra que serve esse copro sem coração, resgata-se ele!! não morras por amor por apenas um dia, mas morra de amor em todas as manhãs, porque hoje já foi! e amanhã... chegará tão rápido que seus lábios não sentirão os beijos de amor que um dia foi tão seu.. acorda Moema!! o mundo não foi feito para mulheres que morrem de amor..


O nome Moema é de origem tupi, evocando um signo de brasilidade. Alude à heroína do poema Caramuru de Santa Rita Durão, personagem que se lançou ao mar para alcançar a nau que levava o homem que amava, nadando até a exaustão e morte, embora esse tenha levado consigo outra mulher, sua esposa Paraguaçu. Em Caramuru, a personagem Moema protagoniza um drama de amor e rejeição, sem medir conseqüências.No

Coli, traçando um paralelo entre a obra e o poema de Charles Baudelaire, La chevelure, assim analisa a obra:
“Da mórbida necrofilia à úmida e negra medusa dos cabelos, perfumada por odores tropicais saturados de óleo de coco; da água acariciante à ambígua imobilidade do corpo soberbo, uma sensualidade perpassa pelo poema e pela imagem. Moema concentra fortes pulsões desabrochadas nas “Flores do Mal”. Estes anos de 1860 insistem no corpo feminino alongado, com as forças abandonadas, exposto, entregue. Corpos ofertos, tomados pela gravidade, inertes como as longas cabeleiras esparramadas. (...) Moema é mais baudelairiana de todas. Nela se encontram os perfumes capitosos das plagas longínquas, a cor acobreada capaz de acionar um erotismo baseado no estranhamento. Nela o pressuposto do navio que se vai. Nela, ainda, a dádiva do corpo magnífico que é quase um cadáver, o repouso e a morte entrecruzados. (...) Os volumes poderosamente sintéticos, geometrizados, do corpo de Moema, o sombreado definido com poucas transições, o contorno implacável, tornam espiritualizado – não há outra palavra – o insistente tema erótico. (...) A tela conjuga a grande obsessão sensual do tempo, que se repete incansavelmente nas artes internacionais, com o romantismo indianista que se carrega aqui de maresias longínquas. Porque Meireles opera a transfiguração estilística capaz de conduzir a imagem para a fronteira tênue entre a sedução sensível e a beleza da forma”.


Vitor Meireles busca inspiração em obras como de Ticiano que retrata Vênus



Sleeping Venus
Giorgione, c. 1510
Óleo
108,5 × 175 cm
Gemäldegalerie Alte Meister, Dresden


outra obra parecida



Nascimento de Vénus
Alexandre Cabanel, 1863
óleo sobre tela
130 × 225 cm
Museu d'Orsay, Pari

A construção do moderno na pintura brasileira (1860 – 1960)

primeira obra analisada-



Vitor Meireles pinta o quadro primeira Missa no Brasil depois de um estudo detalhado da carta de Pero Vaz de Caminha enviada ao rei Dom Mauel, testemunho linguistico de 1500
O quadro foi pintado após 360 anos, resgata a identidade idealizada do descobrimento do Brasil, uma obra académica de estilo romantica.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Maragaret Mee - Na Pinacoteca do Estado de São Paulo


Na Pinacoteca do Estado

Margaret Mee – 100 anos de vida e obra


Exposição com cerca de 100 obras de Margaret Mee, uma das mais importantes artistas e ilustradoras botânicas do século XX, que traduziu o deslumbramento pelas flores brasileiras em requintadas aquarelas.
De 25 de janeiro a 15 de março de 2009

Na exposição há um vídeo sobre as expedições de Mee na amazônia mostrando seu contato direto com flora brasileira, suas aquarelas são fabulosas.
Entre todas as maravilhas desenhadas por Mee, a flor que mais me fascinou foi a flor da lua o Selenicereus grandiflorus (ou wittii) é um tipo de cactus que só floresce à noite. Suas flores são enormes, lindas e perfumadas, e duram somente uma noite, daí um de seus nomes populares. Mas também é conhecida como Cactus Noturno, Rainha da Noite, Flor da Noite.


Uma exposição imperdível tanto para os amantes das flores como para os que gostam de aquarelas.

False Bombax
Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns



Uma helicônia desenhada por Mee(Foto: Divulgação/Fundação Margaret Mee)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Você

"Ninguém é igual a ninguém, cada ser humano e um estranho impar" Carlos Drummond