segunda-feira, 12 de abril de 2010

O educador na valorização da dialética entre a subjetividade social e subjetividade individual

“A consciência individual do homem só pode existir nas condições em que existe a consciência social” A. Leontiev

A subjetividade social e a subjetividade individual estão internamente interligadas, os processos sociais podem transformar a subjetividade individual, assim como vice-versa. Percebemos que a história se realiza de forma permanente, assim como a subjetividade social.
Quando o sujeito cria sua identidade legitimando sua subjetividade individual e social, essa não é permanente e estática, ela é provisória.
O educador deve valorizar tanto o momento que cada indivíduo se encontra na sua subjetividade individual (por ser único), como deve entender o contexto em que o sujeito está inserido na sua subjetividade social; ex: família, grupos, religião e outros. Quando as individualidades são respeitadas, o sujeito se reconhece na sua identidade.
A subjetividade se dá primeiramente do social, porque quando a criança nasce o mundo já se encontra “pronto”, ela aos poucos vai se adaptando aquele mundo, mas esse mundo que já se encontra pronto são frutos de outros sujeitos, portanto não há social sem individual porque é o indivíduo que produz a sociedade.
A história do grupo ao qual o individuo pertence e que desenvolve sua subjetividade tanto social como individual. Enfim é muito difícil encontrarmos comportamentos individuais que não envolvam comportamentos estabelecidos socialmente.
Com a história não é estática e muda o tempo todo, a subjetividade tanto social como individual também muda.
Como agentes sociais, somos julgados pelas pessoas que nos cercam, fazendo com que mudemos nossas atitudes para ser aceito ou mesmo para ser rebelde no caso dos adolescentes sua rebeldia e também para ser aceito a um determinado grupo (tribo) e nessa consciência vamos definido a nossa identidade social e individual. Por mais que queremos mudar nossa individualidade estamos sempre presos a alguns papéis sociais estabelecidos, podemos fazer todas as variações que quisermos, desde que as relações sejam mantidas ex: professor – aluno, pai- filho.
O viver em grupos permite trocarmos informações simbólicas, nessa interação construímos nosso “eu” e nesse processo construo minha identidade de grupo e individual, mas também o viver em grupo pode dificultar de chegarmos a ter consciência de nos mesmos, quando não entendemos e vivemos alienados com nossa subjetividade individual na alienação da ideologia dominante, quando não confrontamos nosso falar com nossas ações, quando apenas reproduzimos aquilo que nos foi transmitido, sem questionar, sem levar para a ação, quando não atendemos nossas particularidades individuais, reproduzimos ações sociais que não mudam o “status quo” da sociedade.
Ou seja, pensar a nossa realidade, questionar e articular ações para a mudança do grupo, mudando sua subjetividade social e individual, e é em grupo que essa ação será mais eficaz.
Simone Martins Cruz